sexta-feira, 4 de abril de 2025

Momento Espírita - A chama da Inspiração


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A chama da Inspiração

O historiador e filósofo grego Plutarco dizia que a pintura deve ser uma poesia silenciosa e a poesia, uma pintura que fala.

O artista é alguém que transcende sua humanidade, respirando ares que o comum dos homens não consegue perceber.

Por esse motivo, é tão incompreendido, ultrapassando seu tempo e seu espaço.

Quando voltado para a verdadeira arte, que é o belo manifestando o bom, produz obras de extraordinária essência.

Um dos maiores pintores de rica imaginação foi o alemão Albrecht Dürer. Desde cedo, deu provas de seu talento e produziu quadros de beleza sublime.

Ao retratar A adoração dos magos a Jesus, demonstrou sua notável atenção aos detalhes. Os rostos dos personagens transmitem uma gama de emoções, indo da serenidade de Maria à admiração dos visitantes.

Como o seu Jesus no templo entre os doutores, continua a nos fascinar a cada nova contemplação, redescobrindo significados nos pormenores.

Dois anos antes de sua morte, o pintor fez esboços dos quatro evangelistas. Retocou e retocou, sentindo-se impotente para exprimir o ideal que ele imaginava.

Entristecido, foi à janela e se pôs a contemplar a luz que projetava sua claridade nos monumentos e nas torres agudas das catedrais de Nuremberg.

Uma súplica brotou de sua alma ao Senhor do Universo: Permitistes que homens transformassem pedras em construções harmônicas, de linhas majestosas.

Permiti-me transportar para a tela o que trago na alma.

Então, seus olhos se voltaram para a igreja de São Sebaldo, localizada em frente à prefeitura.

Ele a viu ficar vermelha como em fogo. Nuvens azuis formaram um fundo no qual se desenhavam as imponentes figuras dos quatro apóstolos.

Ficou maravilhado: eram os rostos que ele vinha procurando reproduzir em seus esboços.

Retornou aos pincéis e pintou os quatro apóstolos, sua última obra.

*

É comum os artistas se referirem a insights, a ideias que lhes vêm de rompante e que lhes permitem produzir obras de rara beleza.

Isso se chama inspiração, produto de visões ou audição de outra dimensão, ou sugestões sopradas por amigos do além.

É assim que encontramos na Terra reproduções magníficas que nos atraem o olhar por horas diante de certos quadros.

Encantamo-nos com as cores, com minúcias como as dobras do manto de um personagem, os cabelos descendo pelos ombros, fio a fio, as rugas da mão de um idoso.

Importante tenhamos ciência de que todos nós podemos ter essas inspirações.

Quando estamos sintonizados com o bem, podemos captar a ideia generosa de procurar alguém que não vemos há muito tempo, descobrindo-o em necessidade.

Ou de abrir determinado livro para encontrar ali uma frase, um parágrafo que nos responda a indagações íntimas de longo curso.

É algo semelhante a uma brisa leve que acende a chama da imaginação, estimulando-nos a realizar algo bom, belo, útil.

Podemos nos servir dessa faísca para encontrar uma solução inovadora para um velho problema.

Fiquemos atentos a essas inspirações, a maioria vinda dos seres que nos amam e que da Espiritualidade nos sopram seus ares de beleza e bondade.

Redação do Momento Espírita, com base no
 cap. Albrecht Dürer, do livro Grandes vultos da
 Humanidade e o Espiritismo, de Sylvio Brito Soares,
 ed. FEB.
Em 4.4.2025.

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