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Sem Preguiça
A preguiça conserva a cabeça desocupada e as mãos inativas.
A cabeça desocupada e as mãos inativas encontram a desordem.
A desordem cai no tempo sem disciplina.
O tempo sem disciplina vai para a invigilância.
A invigilância patrocina a conversação sem proveito.
A conversação sem proveito entrelaça as sombras da cegueira de espírito.
A cegueira de espírito promove o desequilíbrio.
O desequilíbrio atrai o orgulho.
O orgulho alimenta a vaidade.
A vaidade agrava a preguiça.
Como é fácil perceber, a preguiça é capaz de desencadear todos os males, como a treva é capaz de induzir a todos os erros.
Compreendamos, assim, que loucura, pessimismo, delinquência ou enfermidade podem aparecer por autênticas germinações da ociosidade intoxicando a mente e arruinando a vida.
E reconheçamos, de igual modo, que o primeiro passo para libertar-nos da inércia será sempre: trabalhar.
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Atualmente, a preguiça anda mais esperta. Ela se disfarça de muitas maneiras.
Por vezes, não está no simples não fazer nada, mas em nos ocuparmos com coisas inúteis.
Se, por um lado, o trabalhar não significa apenas nos envolvermos em questões profissionais, mas em tudo aquilo que nos faz ser úteis para nós mesmos e para o outro, a preguiça se coloca no lado oposto.
Preguiçosos e ociosos somos quando permanecemos, por dezenas de minutos, às vezes, por horas, apenas bisbilhotando a vida alheia nas redes sociais.
Preguiçosos somos quando deixamos que o tempo do lazer se estenda demais, quando nos viciamos em certos conteúdos e acabamos adiando as obrigações para sabe lá quando.
A ociosidade e a preguiça são traiçoeiras. Conquistam-nos sem percebermos. Por isso, todo cuidado é pouco.
Disciplina é fundamental. Horários, dias, momentos. Educação da alma para organizar a vida e otimizar o uso do tempo de que dispomos.
Uma vida sem preguiça não é uma vida sem descanso. De forma alguma. As pausas, as mudanças de atividade são fundamentais, desde que conservem sua utilidade para a vida.
Não há regras. Cada um de nós saberá julgar o que é melhor para si. Talvez nos baste uma caminhada à beira do mar, pés no chão, afastados de qualquer eletrônico.
Ou uma semana numa casa de campo, distante das tarefas de todos os dias, para refazimento.
Preguiça é cabeça desocupada. Vejamos quanto organizamos a vida, os pensamentos, num simples passeio no parque a sós. Ou em meia hora observando a natureza numa varanda.
Existem pessoas que criam obras importantes, quando parecem estar fazendo nada, apenas mergulhadas em seus pensamentos.
Não nos permitamos permanecer ociosos, envolvidos com atividades inúteis ou de pouca valia, menosprezando o tempo, tesouro valioso, que nos é concedido.
Valorizemos o tempo. Saibamos utilizá-lo com sabedoria. Não permitamos que a acomodação e nossos simples desejos nos atraiam e nos conduzam a momentos sem fim de preguiça e inatividade.
Uma vida sem preguiça é uma vida mais longa.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 35,
do livro Coragem, por Espíritos diversos, psicografia
de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 27.8.2024
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