Segundo volume da coleção "Fonte Viva" - Interpretação dos Textos Evangélicos.
Ditada pelo espírito Emmanuel.
Psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira.
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Leitura do livro
Pão Nosso
Capítulo 137
Inimigos
“Amai, pois,
os vossos inimigos.”
Jesus. (Lucas,
6:35)
A afirmativa do Mestre Divino merece meditação em toda parte.
Naturalmente que a recomendação, quanto ao amor aos inimigos, pede análise especial.
A multidão, em geral, não traduz o verbo amar senão pelas
atividades cariciosas. Para que um homem demonstre capacidade afetiva, ante os
olhos vulgares, precisará movimentar imenso cabedal de palavras e atitudes
ternas, quando sabemos que o amor pode resplandecer no coração das criaturas
sem qualquer exteriorização superficial. Porque o Pai nos confira experiências
laboriosas e rudes, na Terra ou noutros mundos, não lhe podemos atribuir
qualquer negação de amor.
No terreno a que se reporta o Amigo Divino, é justo nos
detenhamos em legítimas ponderações.
Onde há luta há antagonismo, revelando a existência de
circunstâncias com as quais não seria lícito concordar em se tratando do bem
comum. Quando o Senhor nos aconselhou amar os inimigos, não exigiu aplausos ao
que rouba ou destrói, deliberadamente, nem mandou multiplicarmos as asas da
perversidade ou da má-fé.
Recomendou, realmente, auxiliarmos os mais cruéis; no entanto,
não com aprovação indébita e sim com a disposição sincera e fraternal de ajudá-los
a se reerguerem para a senda divina, através da paciência, do recurso
reconstrutivo ou do trabalho restaurador.
O Mestre, acima de tudo, preocupou-se em preservar-nos contra o
veneno do ódio, evitando-nos a queda em disputas inferiores, inúteis ou
desastrosas.
Ama, pois, os que se mostram contrários ao teu coração, amparando-os fraternalmente com todas as possibilidades de socorro ao teu alcance, convicto de que semelhante medida te livrará do calamitoso duelo do mal contra o mal.
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