Segundo volume da coleção "Fonte Viva" - Interpretação dos Textos Evangélicos.
Ditada pelo espírito Emmanuel.
Psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira.
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Leitura do livro
Pão Nosso
Capítulo 89
Bem-aventuranças
“Bem-aventurados sereis quando os homens vos aborrecerem, e quando vos separarem, vos injuriarem e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem.”
Jesus (Lucas, 6:22)
O problema das bem-aventuranças exige sérias reflexões, antes de
interpretado por questão líquida, nos bastidores do conhecimento.
Confere Jesus a credencial de bem-aventurados aos seguidores que
lhe partilham as aflições e trabalhos; todavia, cabe-nos salientar que o Mestre
categoriza sacrifícios e sofrimentos à conta de bênçãos educativas e
redentoras.
Surge, então, o imperativo de saber aceitá-los.
Esse ou aquele homem serão bem-aventurados por haverem edificado
o bem, na pobreza material, por encontrarem alegria na simplicidade e na paz,
por saberem guardar no coração longa e divina esperança. Mas... e a adesão
sincera às sagradas obrigações do título?
O Mestre, na supervisão que lhe assinala os ensinamentos,
reporta-se às bem-aventuranças eternas; entretanto, são raros os que se
aproximam delas, com a perfeita compreensão de quem se avizinha de tesouro
imenso. A maioria dos menos favorecidos no plano terrestre, se visitados pela
dor, preferem a lamentação e o desespero; se convidados ao testemunho de
renúncia, resvalam para a exigência descabida e, quase sempre, ao invés de
trabalharem pacificamente, lançam-se às aventuras indignas de quantos se perdem
na desmesurada ambição.
Ofereceu Jesus muitas bem-aventuranças. Raros, porém, desejam-nas.
É por isto que existem muitos pobres e muitos aflitos que podem ser grandes necessitados
no mundo, mas que ainda não são benditos no Céu.
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