Segundo volume da coleção "Fonte Viva" - Interpretação dos Textos Evangélicos.
Ditada pelo espírito Emmanuel.
Psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira.
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Leitura do livro
Pão Nosso
Capítulo 85
E o adúltero?
“E, pondo-a no
meio, disseram lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato,
adulterando.” (João, 8:4)
O caso da pecadora apresentada pela multidão a Jesus envolve considerações
muito significativas, referentemente ao impulso do homem para ver o mal nos
semelhantes, sem enxergá-lo em si mesmo.
Entre as reflexões que a narrativa sugere, identificamos a do
errôneo conceito de adultério unilateral.
Se a infeliz fora encontrada em pleno delito, onde se recolhera
o adúltero que não foi trazido a julgamento pelo cuidado popular? Seria ela a
única responsável? Se existia uma chaga no organismo coletivo, requisitando intervenção
a fim de ser extirpada, em que furna se ocultava aquele que ajudava a fazê-la?
A atitude do Mestre, naquela hora, caracterizou-se por infinita
sabedoria e inexcedível amor. Jesus não podia centralizar o peso da culpa na
mulher desventurada e, deixando perceber o erro geral, indagou dos que se
achavam sem pecado.
O grande e espontâneo silêncio, que então se fez, constituiu
resposta mais eloquente que qualquer declaração verbal.
Ao lado da mulher adúltera permaneciam também os homens
pervertidos, que se retiraram envergonhados.
O homem e a mulher surgem no mundo com tarefas específicas que
se integram, contudo, num trabalho essencialmente uno, dentro do plano da
evolução universal. No capítulo das experiências inferiores, um não cai sem o
outro, porque a ambos foi concedido igual ensejo de santificar.
Se as mulheres desviadas da elevada missão que lhes cabe
prosseguem sob triste destaque no caminho social, é que os adúlteros continuam
ausentes da hora de juízo, tanto quanto no momento da célebre sugestão de
Jesus.
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