Pão Nosso
Segundo Volume da coleção “Fonte Viva” - Interpretação dos Textos Evangélicos
Ditada pelo Espírito Emmanuel
Psicografada por Francisco Cândido Xavier
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira
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Leitura do livro Pão Nosso
Capítulo 49
Velho Argumento
“E aduzindo ele isto em sua
defesa, disse Fasto em alta voz: – Estás louco, Paulo; as muitas letras te
fazem delirar.” (Atos, 26:24)
É
muito comum lançarem aos discípulos do Evangelho a falsa acusação de loucos,
que lhes é imputada pelos círculos cientificistas do século.
O
argumento é velhíssimo por parte de quantos pretendem fugir à verdade,
complacentes com os próprios erros.
Há
trabalhadores que perdem valioso tempo, lamentando que a multidão os classifique
como desequilibrados. Isto não constitui razão para contendas estéreis.
Muitas
vezes, o próprio Mestre foi interpretado por demente e os apóstolos não
receberam outra definição.
Numa
das últimas defesas, vemos o valoroso amigo da gentilidade, ante a Corte
Provincial de Cesaréia, proclamando as verdades imortais de Cristo Jesus. A assembleia
toca-se de imenso assombro. Aquela palavra franca e nobre estarrece os ouvintes.
É aí que Pórcio Festo, na qualidade de chefe dos convidados, delibera quebrar a
vibração de espanto que domina o ambiente. Antes, porém, de fazê-lo, o argucioso
romano considerou que seria preciso justificar-se em bases sólidas. Como acusar,
no entanto, o grande convertido de Damasco, se ele, Festo, lhe conhecia o caráter
íntegro, a sincera humildade, a paciência sublime e o ardoroso espírito de sacrifício?
Lembra-se, então, das “muitas letras” e Paulo é chamado louco pela ciência
divina de que dava testemunho.
Recorda,
pois, o abnegado batalhador e não dispenses aprêço às falsas considerações de
quantos te provoquem ao abandono da verdade. O mal é incompatível com o bem, e
por “poucas letras” ou por “muitas”, desde que te alistes entre os aprendizes
de Jesus, não te faltará o mundo inferior com o sarcasmo e a perseguição.
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