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Entre o Passado e o Futuro
A pluralidade das existências constitui um dos postulados básicos do Espiritismo.
Trata-se de um enunciado segundo o qual o Espírito anima incontáveis corpos em sua jornada rumo à Angelitude.
Essas existências físicas se entrelaçam e sucedem conforme o comportamento do Espírito.
Elas podem ser em número menor, desde que bem aproveitadas.
Já o Espírito rebelde necessita repetir várias vezes as mesmas experiências, até fazer bem a lição.
Como as encarnações não são desconectadas umas das outras, sempre sobra algo do ontem no hoje.
É comum as pessoas se indagarem a respeito do que foram.
Como a justiça vigora no Universo, cada qual se constrói a si próprio feliz ou desgraçado.
Com base nesse raciocínio, muitas vezes se afirma, a respeito de pessoas enfermas ou portadoras de graves problemas, que muito erraram.
Ocorre que a realidade não é tão simples.
A Espiritualidade Superior ensina que a Terra é um mundo de provas e expiações.
Ela funciona na qualidade de reformatório e de escola, na qual se aprimoram seres ainda carentes de sublimação.
Expiações constituem experiências dolorosas, frutos de erros do passado.
Elas se destinam a desgostar o Espírito do vício que o acomete, a fim de que o abandone.
Já as provas são para aferir os valores amealhados pelo ser, sua força e firmeza no bem.
O Espírito teoriza sobre determinada virtude, compreende-a e finalmente se decide a vivê-la, por entre as dificuldades e tentações inerentes à vida terrena.
Pode ou não se sagrar vencedor, conforme seja mais ou menos decidido pela vivência do bem.
Caso venha a falhar, necessitará dar conta dos erros cometidos e repetir a experiência.
Se vencer, novas e ricas oportunidades se abrirão em sua caminhada rumo à plenitude.
Bem se vê que os dramas e os suores da vida não se relacionam sempre com o ontem.
Podem ser resultado de equívocos, a reclamar corrigenda.
Mas frequentemente são uma aposta no futuro, um teste de admissão para experiências compensadoras.
É leviano afirmar que alguém sofre bastante porque muito errou.
Talvez seja antes um idealista que luta para desenvolver em si as asas dos anjos.
A rigor, o passado se revela mais pelas tendências instintivas.
Aquele que quer se conhecer, precisa prestar atenção em seus desejos e sonhos.
Quem se deleita com histórias picantes e racistas, gasta tempo com coisas vulgares, quer sempre levar vantagem, podendo se concluir que seu passado não é digno.
Mas, entre provas e expiações, não é relevante saber a origem da experiência difícil.
Qualquer que seja o contexto, importa fazer bem a lição, a fim de se libertar dela.
Ser corajoso, digno, puro e generoso em face dos embates é a receita da felicidade futura.
Pense nisso.
Redação do Momento Espírita, com base na questão 399,
de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, ed. FEB.
Disponível no CD Momento Espírita v. 20, ed. FEP.
Em 1º.4.2023.
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