Pão Nosso
Segundo Volume da coleção “Fonte Viva” - Interpretação dos Textos Evangélicos
Ditada pelo Espírito Emmanuel
Psicografada por Francisco Cândido Xavier
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira
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Leitura do livro Pão Nosso
Capítulo 19
Falsas Alegações
“Que tenho eu contigo,
Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Peço-te
que não me atormentes.” (Lucas, 8:28)
O caso do Espírito
perturbado que sentiu a aproximação de Jesus, recebendo-lhe a presença com
furiosas indagações, apresenta muitos aspectos dignos de estudo.
A circunstância de suplicar
ao Divino Mestre que não o atormentasse requer muita atenção por parte dos
discípulos sinceros.
Quem poderá supor o Cristo
capaz de infligir tormentos a quem quer que seja? E, no caso, tratase de uma
entidade ignorante e perversa que, nos íntimos desvarios, muito já padecia por
si mesma. A vizinhança do Mestre, contudo, trazia-lhe claridade suficiente para
contemplar o martírio da própria consciência, atolada num pântano de crimes e
defecções tenebrosas. A luz castigavalhe as trevas interiores e revelava-lhe a
nudez dolorosa e digna de comiseração.
O quadro é muito
significativo para quantos fogem das verdades religiosas da vida, categorizandolhe
o conteúdo à conta de amargo elixir de angústia e sofrimento. Esses espíritos
indiferentes e gozadores costumam afirmar que os serviços da fé alagam o
caminho de lágrimas, enevoando o coração.
Tais afirmativas, no
entanto, denunciam-nos. Em maior ou menor escala, são companheiros do irmão
infeliz que acusava Jesus por ministro de tormentos.
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