Pão Nosso
Segundo Volume da coleção “Fonte Viva” - Interpretação dos Textos Evangélicos
Ditada pelo Espírito Emmanuel
Psicografada por Francisco Cândido Xavier
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira
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Leitura do livro Pão Nosso
Capítulo 23
Não é de todos
“E para que sejamos livres
de homens dissolutos e maus, porque a fé não é de todos.” Paulo. (Segundo
a Tessalonicenses, capítulo 3: versículo 2)
Dirigindo-se aos irmãos de
Tessalônica, o apóstolo dos gentios rogou-lhes concurso em favor dos trabalhos
evangélicos, para que o serviço do Senhor estivesse isento dos homens maus e
dissolutos, justificando apelo com a declaração de que a fé não é de todos.
Através das palavras de
Paulo, percebe-se lhe a certeza de que as criaturas perversas se aproximariam
dos núcleos de trabalho cristianizante, que a malícia delas poderia causar-lhes
prejuízos e que era necessário mobilizar os recursos do espírito contra
semelhante influência.
O grande convertido, em
poucas palavras, gravou advertência de valor infinito, porque, em verdade, a
cor religiosa caracterizará a vestimenta exterior de comunidades inteiras, mas
a fé será patrimônio somente daqueles que trabalham sem medir sacrifícios, por
instalá-la no santuário do próprio mundo íntimo. A rotulagem de cristianismo
será exibida por qualquer pessoa; todavia, a fé cristã revelar-se-á pura,
incondicional e sublime em raros corações.
Muita gente deseja assenhorear-se
dela, como se fora mera letra de câmbio, enquanto que inúmeros aprendizes do
Evangelho a invocam, precipitados, qual se fora borboleta erradia. Esquecem-se,
porém, de que se as necessidades materiais do corpo reclamam esforço pessoal
diário, as necessidades essenciais do espírito nunca serão solucionadas pela
expectação inoperante.
Admitir a verdade,
procurá-la e acreditar nela são atitudes para todos; contudo, reter a fé viva
constitui a realização divina dos que trabalharam, porfiaram e sofreram pela
adquirir.
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