Pão Nosso
Segundo Volume da coleção “Fonte Viva” - Interpretação dos Textos Evangélicos
Ditada pelo Espírito Emmanuel
Psicografada por Francisco Cândido Xavier
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira
O arado
“E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.” (Lucas, capítulo 9:62)
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Aqui, vemos Jesus utilizar na edificação do Reino Divino um
dos mais belos símbolos. Efetivamente, se desejasse, o Mestre criaria outras
imagens. Poderia reportar-se às leis do mundo, aos deveres sociais, aos textos
da profecia, mas prefere fixar o ensinamento em bases mais simples. O arado é
aparelho de todos os tempos. É pesado, demanda esforço de colaboração entre o
homem e a máquina, provoca suor e cuidado e, sobretudo, fere a terra para que
produza. Constrói o berço das sementeiras e, à sua passagem, o terreno cede
para que a chuva, o sol e os adubos sejam convenientemente aproveitados. É
necessário, pois, que o discípulo sincero tome lições com o Divino Cultivador, abraçando-se
ao arado da responsabilidade, na luta edificante, sem dele retirar as mãos, de
modo a evitar prejuízos graves à “terra de si mesmo”. Meditemos nas
oportunidades perdidas, nas chuvas de misericórdia que caíram sobre nós e que
se foram sem qualquer aproveitamento para nosso espírito, no sol de amor que
nos vem vivificando há muitos milênios, nos adubos preciosos que temos
recusado, por preferirmos a ociosidade e a indiferença. Examinemos tudo isto e
reflitamos no símbolo de Jesus. Um arado promete serviço, disciplina, aflição e
cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam semeaduras e
colheitas, pães no prato e celeiros guarnecidos.
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