Pão Nosso
Segundo Volume da coleção “Fonte Viva” - Interpretação dos Textos Evangélicos
Ditada pelo Espírito Emmanuel
Psicografada por Francisco Cândido Xavier
Publicado em 1950 pela Editora FEB - Federação Espírita Brasileira
No Serviço Cristão
“Porque todos devemos comparecer ante o tribunal do Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito, estando no corpo, o bem ou o mal.”
Paulo (II Coríntios, 5:10)
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Não falta quem veja no
Espiritismo mero campo de experimentação fenomênica, sem qualquer significação
de ordem moral para as criaturas. Muitos aprendizes da consoladora Doutrina,
desse modo, limitam-se às investigações de laboratório ou a discussões
filosóficas. É imperioso reconhecer, todavia, que há tantas categorias de
homens desencarnados, quantas são as dos encarnados. Entidades discutidoras,
levianas, rebeldes e inconstantes transitam em toda parte. Além disso,
incógnitas e problemas surgem para os habitantes dos dois planos. Em vista de
semelhantes razões, os adeptos do progresso efetivo do mundo, distanciados da
vida física, pugnam pelo Espiritismo com Jesus, convertendo-nos o intercâmbio
em fator de espiritualidade santificante. Acreditamos que não se deve atacar
outro círculo de vida, quando não nos encontramos interessados em melhorar a
personalidade naquele em que respiramos. Não vale pesquisar recursos que não
nos dignifiquem.
Eis por que para nós outros, que
supomos trazer o coração acordado para a responsabilidade de viver, Espiritismo
não expressa simples convicção de imortalidade: é
clima de serviço e edificação.
Não adianta guardar a certeza na sobrevivência da alma, além da morte, sem o preparo
terrestre na direção da vida espiritual. E nesse esforço de habilitação, não dispomos
de outro guia mais sábio e mais amoroso que o Cristo. Somente à luz de suas
lições sublimes é possível reajustar o caminho, renovar a mente e purificar o
coração. Nem tudo o que é admirável é divino. Nem tudo o que é grande é
respeitável.
Nem tudo o que é belo é santo.
Nem tudo o que é agradável é útil.
O problema não é apenas de saber.
É o de reformar-se cada um para a extensão do bem.
Afeiçoemo-nos, pois, ao Evangelho
sentido e vivido, compreendendo o imperativo de nossa iluminação interior,
porque, segundo a palavra oportuna e sábia do Apóstolo, “todos devemos
comparecer ante o tribunal do Cristo, a fim de recebermos, de acordo com o que
realizamos, estando no corpo, o bem ou o mal”.
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 22 de fevereiro
de 1950.
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